27 de mai. de 2014

Welcome to Jazz Cabaret!


Hoje começa uma nova turma de dança na Escola Burlesca de São Paulo, meu curso de Jazz Cabaret. Já tinha uns 2 anos que eu não montava esse curso aqui na escola, bateu uma saudade, e "ó nóis aqui traveiz"!!!  Para quem se interessar, as aulas acontecerão todas as terças, às 21 h. E é uma diversão! Fica aqui o convite para quem quiser vir fazer hj, dia 27 de maio, nossa aula experimental gratuita!

E agora, vamos conhecer um pouquinho mais sobre essa dança? As aulas de Jazz Cabaret se baseiam na criação de coreografias inspiradas nos antigos filmes hollywoodianos, bem como nos famosos musicais da Broadway. Portanto, é importante conhecer a história do jazz dance, suas origens e principais representantes:



A origem do Jazz Dance tem raízes populares, surgindo no final do século passado, evoluindo paralelamente à jazz music norte-americana. Suas influências são obviamente na cultura negra e suas características mais marcantes são visivelmente inspiradas nas DANÇAS AFRICANAS, com trabalho de isolação muscular, marcação de quadril, ritmo pulsante e balanço.



Durante a época da escravidão, quando os navios negreiros viajavam da África para a América, os negros eram obrigados a dançar para manterem sua saúde. Para isso, imitavam os brancos e suas danças tradicionais da época (polca, valsa) e faziam desta imitação uma forma de ridicularizar seus opressores, mas também misturavam a isso suas danças tribais.



Por volta de 1740, quando os tambores foram proibidos no Sul dos EUA, os negros passaram a executar sua música e sua dança de outras formas, e para isso se utilizaram do som de suas palmas, do banjo e do sapateado. Por volta de 1900, as danças afro-americanas começaram a se propagar pelo país e a entrar nos salões de baile, sofrendo assim novas influências.



Logo esta dança passou a ser dançada por negros e brancos, e a tomar conta dos palcos, se transformando no que era chamado antigamente de Comédia Musical, que nada mais era do que os primeiros passos da dança que hoje conhecemos como Jazz.



Esta dança é hoje considerada uma forma de expressão pessoal baseada no improviso, embora muitos dos trabalhos nesta modalidade sejam coreograficamente montados, principalmente no Jazz-Teatro.



O grande triunfo desta dança nos EUA é visto principalmente nos espetáculos da Broadway. Já houve grande preconceito quanto à esta modalidade, sendo até mesmo considerada uma arte menor em qualidade coreográfica, mas atualmente o crescimento do interesse e da qualidade de bailarinos e coreógrafos faz com que muitos confundam suas peças com trabalhos de dança moderna.



O primeiro grande mestre do Jazz foi Jack Cole, mais conhecido como O Pai do Jazz.



Começou pela dança moderna, com Ruth Saint Dennis e Ted Shawn, e durante a era da depressão norte-americana, trocou a dança moderna pela dança comercial, passando a fazer shows em nightclubs, posteriormente passando a trabalhar nos musicais da Broadway.



O jazz dance já era conhecido naquela época, mas faltava técnica apropriada, e Cole foi o primeiro bailarino desta modalidade a fundir as técnicas da dança moderna aos movimentos "populares" do Jazz.



A técnica Cole trabalha com pliés profundos, explosão dos movimentos, isolação muscular, sincopação, deslizes em trabalho de solo, ou seja, características ainda hoje mantidas no jazz e comuns em todas as aulas e à todas as diversas técnicas que foram posteriormente criadas. Cole também foi pioneiro em fundir à esta modalidade movimentos das danças orientais, seguindo a linha de seus professores em dança moderna da Dennishawn School.



Jack coreografou diversos musicais na Broadway e também chegou à Hollywood, trabalhando como coreógrafo para cinema, em películas como Eles Preferem as Loiras, com Marilyn Monroe. Trabalhou também com outras estrelas da época como Humphrey Bogart, Rita Hayworth, Gwen Verdon, Matt Mattox e Mitzy Gaynor.



Um dos grandes nomes do jazz estilo cabaret foi Bob Fosse.



Fosse desenvolveu um estilo de dança de jazz que foi imediatamente reconhecido e caracterizado por seu ar sensual. Outras distinções notáveis eram seus joelhos internos, ombros arredondados e isolações do corpo. Com a influência de Fred Astaire, ele usou como acessórios chapéus côco, barras e cadeiras.



Aclamado no teatro, onde foi várias vezes premiado, Bob Fosse ganhou também no cinema um Oscar em 1972 pelo filme "Cabaret", além de várias homenagens na TV pelo especial com a atriz e cantora Liza Minelli, "Liza com Z".



As filmagens de "Cabaret" tiveram uma característica específica: lembravam Vaudeville e burlesque.



Texto de Shaide Halim

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